14 de Abril – Dia Internacional do Café
Por Douglas Nascimento — 14/04/2015
Como seria o Brasil hoje se não tivessem trazido o café para cá ? Esta talvez seja uma pergunta muito complicada de responder, mas de certo o Brasil teria tido um século 20 muito mais difícil, uma vez que o grande crescimento nacional, e especialmente de São Paulo, deve-se a riqueza produzida pelo café.
E pensar que o café chegou ao Brasil de forma clandestina e tudo isso graças a esperteza de um sargento-mor português, que é injustamente pouco lembrado pelos brasileiros: Francisco de Mello Palheta.
Foi ele que, enviado às Guianas a pedido do então governador do Maranhão e Grão Pará, foi em missão diplomática, mas que no fundo era uma espécie de espionagem. O objetivo era trazer ao Brasil uma muda de café arábica.
Para isso, durante sua missão em solo guianense, Palheta aproximou-se da esposa do então governador de Caiena, capital da Guiana Francesa, conseguindo conquistar sua confiança. Assim, uma pequena muda de café Arábica foi oferecida clandestinamente (como demonstrado na ilustração acima) e trazida escondida na bagagem do sargento-mor.
Uma vez chegado ao Brasil, a muda foi plantada e as condições de solo e climáticas logo favorecerem o cultivo por aqui. Inicialmente destinada ao mercado nacional, o café passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
Num espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma posição relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas.
Não demorou muito para o café que já estava no gosto popular do brasileiro, transformar-se também no grande produto brasileiro de exportação, como no passado havia sido a cana-de-açúcar. A diferença é que enquanto o a cana fazia a riqueza de Portugal, na época do Brasil colônia, o café rendia dividendos e riquezas ao nosso país.
Foi a partir dai que o Brasil começou a dar um grande salto econômico e com a chegada de uma nova elite, a cafeeira, o país dava passos largos ao crescimento e ao enriquecimento.
A expansão do café, especialmente em São Paulo e no Paraná, demandava uma maior quantidade de mão de obra. Foi assim que no final do século 19, milhares de imigrantes chegaram ao Porto de Santos e também a hospedaria dos imigrantes na capital paulista, rumo as inúmeras fazendas que haviam espalhadas por todo o Estado.
Italianos, espanhóis, portugueses, japoneses e muitos outros povos fizeram do Brasil e de São Paulo sua nova pátria e do café seu ganha pão.
A riqueza do café trouxe novas ferrovias a São Paulo, como a Sorocabana e a Mogiana além de um grande número de ramais secundários, em grande parte destinado a escoar o café do interior até o porto de Santos onde era avaliado e vendido para o mundo todo, com a atividade frenética tanto no próprio porto como na Bolsa do Café, que agia não somente como uma bolsa de valores atrelada ao café, mas também como um banco destinado a incentivar e garantir a produção da iguaria.
No final da década de 20 o café acompanhou a crise mundial ocasionada pela quebra da Bolsa de Nova York e desvalorizou-se muito, trazendo uma crise sem precedentes na economia nacional, com o dólar e os juros disparando e a economia brasileira quase indo a falência.
Isso obrigou o governo federal a tomar uma atitude drástica para manter o valor da café em alta e evitar uma crise ainda maior: a queima de milhões de sacas de café.
Segundo dados da Bolsa do Café, naquela época foi contabilizada a queima de 71.068.581 sacas de café, quantia suficiente para garantir o consumo mundial do produto durante três anos.
Depois de uma longa crise, a cafeicultura nacional se reorganizou e os produtores, industriais e exportadores voltaram a produzir riquezas e gerar empregos. A busca pela região ideal para a cultura do café se estendeu por todo o país, se firmando hoje em regiões do Estado de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Bahia e Rondônia.
O café continua hoje, a ser um dos produtos mais importantes para o Brasil e é, sem dúvida, o mais brasileiro de todos. Hoje o país é o primeiro produtor e o segundo consumidor mundial do produto.
DIA INTERNACIONAL DO CAFÉ:
O dia 14 de abril é a data conhecida como o “Dia Internacional do Café”. Para celebrar esta data e também fazer uma homenagem ao introdutor do café no Brasil, Francisco de Mello Palheta, colocamos a seguir uma seleção de 13 fotografias antigas que mostram o café paulista desde a plantação até a chegada ao porto de Santos.
O café, além da data mundial tem uma data brasileira: Dia 24 de maio é o dia nacional do café.
1 – Pés de Café:
2 – A Colheita:
3 – O Terreiro:
4 – A lavagem do café:
5 – O processo de secagem:
6 – A primeira etapa do transporte:
7 – Sacas no armazém de Santos:
Servidos ?
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