Lenda da cabeça Satânica
Hoje voltaremos a falar de um assunto referente a série sobre "Histórias e Lendas brasileiras". A postagem de hoje fala sobre o impressionante mito da Cabeça Satânica, que é uma interessante peça do folclore da região nordeste do Brasil.
Cabeça Satânica ou Cabeça Errante, é um dos muitos fantasmas do folclore brasileiro. Não se pode indicar com exatidão a época em que esse mito surgiu, sabe-se apenas que é de origem europeia, e certamente tem raízes portuguesas. A versão mais aceita é a de que tenha chegado ao país através dos colonizadores desembarcados em Recife-PE, mas depois foi se espalhado pelas zonas do agreste, sertão e alto sertão, sendo pouco conhecida nas capitais. Algumas fontes afirmam que boa parte dos relatos de aparições se deu na Bahia, em regiões próximas a fronteira com Pernambuco.
As diferentes versões da lenda
O medo de tal Assombração
Em algumas regiões essa entidade é também descrita como uma enorme cabeça que surge mostrando seus cabelos e olhos de fogo, sempre gargalhando de forma tenebrosa, espalhando terror e pânico por onde costuma passar. Para proteger-se dos malefícios que essa aparição sempre acarreta, recomenda-se que uma cruz feita da palha do Domingo de Ramos, seja colocada do lado de fora da porta de entrada da casa, como se fosse um amuleto a protegê-la. Mas quando ele não funciona e a sinistra cabeça detém-se diante da casa, fazendo com que seu hálito horrível atravesse as frestas da porta e seja sentido por seus moradores, o recurso é que eles se agarrem a um terço bento e comecem a rezar, mantendo sempre bem fechados todos os ferrolhos de portas e janelas, que possam permitir a entrada da aberração que está do lado de fora.
Possíveis origens do mito
É difícil determinar em que época esse mito surgiu no Brasil. Na Europa e Ásia há a tradição das cabeças humanas que voam, destacadas do corpo, atravessando os ares, espalhando pavor. Na América do sul, Bolívia, há a Catecate, que aparece por cima dos tetos amigos, queixando-se, iluminando o interior com seus olhos de fogo.
Era crença comum na Europa Medieval, entre os séculos X e XV, que os mortos-vivos, ou Zumbis, habitavam a terra juntamente com os seres vivos. Inúmeros são os relatos oficiais de tais aparições, assim também como do remédio adotado na época para resolver a questão. Acreditava-se que a cabeça do fantasma, ou morto, era o elo de ligação dele com o mundo físico. Assim, era prática comum, a identificação do morto que assombrava, a exumação do seu corpo, com o consentimento das autoridades religiosas, e o eventual corte de sua cabeça, única forma de libertá-lo da maldição. Em seguida, era o defunto outra vez enterrado, com a cabeça decepada entre as pernas.
A tradição mais comum a descreve, como a cabeça do próprio demônio, que sai em noites, não importa se de escuridão total ou de lua, sem data ou motivo definido, a perseguir andarilhos que teimam em ficar fora de casa às altas horas.
Outra descrição europeia afirma que essa era uma cabeça gigante, com cabelos e olhos de fogo, a gargalhar de forma terrível, espalhando pavor e pânico nas paragens onde passa. Para se proteger dela, deverão as casas ter uma cruz de palha benta, presa do lado de fora da porta.
Fontes: Wikipédia, Clube Brasileiro de Trens Fantasmas e Lendas do Brasil
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