quarta-feira, 8 de julho de 2015


Relógio do antigo Mappin é vandalizado

O vandalismo na cidade de São Paulo ganhou mais uma referência. O relógio do antigo Mappin, onde hoje funciona uma unidade das Casas Bahia foi completamente pichado.
clique na foto para ampliar
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O ato ocorreu algumas semanas atrás e o relógio permanece desta maneira até o presente momento. A pichação acompanha diversas outras que estão espalhadas por toda a fachada do prédio, que pertence à irmandade da Santa Casa, e está alugada para a rede de varejo popular há alguns anos.
O relógio antes de ser pichado (clique na foto para ampliar)
O relógio antes de ser pichado (clique na foto para ampliar)
Um dos cartões postais da cidade de São Paulo o prédio ocupado hoje hoje pelas Casas Bahia é um dos mais mal cuidados da região central de São Paulo. A pichação e a sujeira de anos sem pintura chama mais a atenção do que qualquer produto na vitrine da loja. É importante salientar que nem mesmo o Mappin em sua fase final deixou o prédio em situação similar.
O prédio em 2013 (clique para ampliar)
O prédio em 2013 (clique para ampliar)
Falta de dinheiro não parece ser o motivo para tamanho descaso com um dos símbolos de São Paulo. Só em 2013 o lucro líquido da Via Varejo – empresa que administra a Casas Bahia e o Ponto Frio – foi de R$ 1,159 bilhão. Qual seria a razão para não fazer qualquer recuperação da fachada do edifício ?
O São Paulo Antiga entrou em contato com a assessoria da Via Varejo e enviou algumas perguntas. A empresa nos respondeu com o posicionamento abaixo:
“A Casas Bahia informa que a unidade da marca localizada na Praça Ramos, no centro de São Paulo, está passando por uma reforma interna e externa. Por ser tratar de um patrimônio histórico, a rede acionou a prefeitura para aprovação dos processos e, assim, dar início a revitalização da fachada. Sobre o relógio, a marca informa que uma empresa especializada já está avaliando a recuperação visual do mesmo. A Casas Bahia ressalta ainda que irá reforçar a segurança do local para preservar a fachada da loja.”
O site irá fiscalizar o trabalho de recuperação do relógio e da fachada. Somos solidários com a Casas Bahia que não é culpada pelo vandalismo, mas é preciso que a empresa não permita que a situação se perpetue. Uma pichação puxa a outra e foi isso o que aconteceu ali, lembrando a conhecida Teoria das Janelas Partidas.
PICHADORES DO RELÓGIO SÃO CONHECIDOS NAS REDES SOCIAIS:
"Print" do Instagram
“Print” do Instagram
Mesmo para quem não consegue decifrar a grafia da pichação, encontrar os autores não é algo difícil. Durante a apuração da matéria seguimos diversos perfis no Instagram e encontramos os dois autores do vandalismo do relógio. Para não dar fama a quem não merece, apagamos os usuários completos deles nesta imagem da rede social.
Os diversos “prints” de fotos e comentários do vandalismo estão sendo encaminhados formalmente a uma delegacia de polícia. Caberá as autoridades ir atrás ou não.
OPINIÃO: HADDAD E A PREFEITURA ESTIMULAM A “VANDALIZAÇÃO” DA CIDADE:
Foto: Marcelo D'Sants / FOLHAPRESS
Em São Paulo o mau exemplo parece vir de cima
No Brasil, e especialmente em São Paulo, criou-se a falsa impressão de que o grafite é gatilho da inclusão social. A prática que vem sendo regra nas últimas gestões, agravou-se na gestão do prefeito Fernando Haddad. Na falta de capacidade de levar cultura para as periferias, a prefeitura elegeu o grafite como uma das alternativas de inclusão.
É como se o jovem paulistano carente fosse incapaz de desenvolver gosto pela história, escultura, música erudita, por números ou paixão pelos livros. A solução para o ócio destes milhares de jovens que precisam de uma atividade parece ser uma só: grafite.
Evidentemente, grafite e pichação são coisas distintas e não sou contra o primeiro. Porém infelizmente caminham juntas, no que pode ser observado por toda a cidade. A avenida 23 de maio transformou-se em um mural de mau gosto, com poucos grafites que são compreensíveis pela população e que realmente merecem ser vistos.
Ao não estabelecer regras e muito menos critérios para o grafite e também não coibir a pichação, Haddad está permitindo que atos de vandalismo e exageros sejam uma praxe por toda a nossa cidade.

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